quinta-feira, 23 de junho de 2011

Problemas de saúde em consequência dos transportes

1. Problemas de saúde em consequência dos transportes 
Os acidentes rodoviários são dos mais evidentes efeitos negativos dos 
transportes sobre a saúde humana. Embora as mortes nas estradas tenham vindo a 
diminuir gradualmente, na União Europeia os acidentes rodoviários ainda são 
responsáveis por cerca de 43.000 mortes e mais de três milhões de feridos 
anualmente. Uma em cada três pessoas é hospitalizada uma vez na vida em 
resultado de um acidente rodoviário. As colisões são a principal causa de 
morte e hospitalização entre os indivíduos com menos de 45 anos (fonte: 
Conselho Europeu para a Segurança dos Transportes), cabendo-lhe maior 
responsabilidade na redução da esperança de vida do que às doenças cardíacas e 
ao cancro. Estima-se que os acidentes rodoviários custam à sociedade mais de 
160.000 milhões de euros por ano, o que corresponde a 2% do PIB comunitário. É, 
de facto, um preço enorme a pagar, quando existem soluções com uma boa relação 
de custo-eficácia e passíveis de serem aceites pela generalidade da população. 
Uma melhor gestão dos limites de velocidade, com uma redução da velocidade 
média em 5 km/hora, poderia evitar mais de 11.000 mortos e 180.000 feridos 
todos os anos dentro do espaço comunitário. Se o índice de utilização do cinto 
de segurança aumentasse para os melhores níveis internacionais, poupar-se-iam 
anualmente 7000 vidas nos Estados-Membros. Medidas concretas relativas à 
protecção em caso de impacto lateral e ao consumo de álcool poderiam igualmente 
contribuir para minorar o problema. Contudo, os acidentes rodoviários não são, 
de longe, as únicas consequências negativas dos transportes na saúde humana. Na 
caixa de texto seguinte são apresentadas outras consequências menos evidentes. 

Inactividade física 

De acordo com o relatório "The Global Burden of Disease", da Organização 
Mundial de Saúde (OMS), no mundo ocidental a inactividade física é o segundo 
maior factor de risco para a saúde, logo a seguir ao consumo de tabaco. Apenas 
meia hora de exercício físico por dia (por exemplo, andar a pé ou de bicicleta) 
conduziria a um decréscimo de 50% dos riscos de se contrair uma doença 
cardíaca, diabetes e obesidade. 

Emissões gasosas 

As emissões gasosas podem afectar as funções respiratórias e provocar outros 
problemas de saúde e doenças como o cancro ou problemas cardiovasculares. Eis 
alguns exemplos bem conhecidos de emissões gasosas: 
· partículas de diesel (que provocam cancro nos animais e seres humanos) 
· benzeno (poderá ser o agente responsável pela leucemia infantil) 
· ozono (pode provocar uma redução das funções respiratórias e causar alergias) 
· NOx, 

As emissões provenientes de veículos novos são até 95% inferiores às dos 
veículos anteriores a 1970. No entanto, embora os veículos se tenham tornado 
relativamente menos poluentes, a situação não se alterou em termos absolutos, 
pois não só o número de veículos aumentou, como também o número e a duração das 
deslocações. Num estudo recente descobriu-se que a poluição do ar causa uma 
taxa de mortalidade mais elevada do que os acidentes rodoviários. 
Neste estudo, realizado na Áustria, França e Suíça, afirma-se que 40.000 mortes 
anuais são atribuíveis à poluição do ar (6% da mortalidade total). Cerca de 50% 
de todas as mortes causadas pela poluição do ar podem ser atribuídas aos 
veículos motorizados, o que nestes países corresponde a duas vezes o número de 
mortes resultantes de acidentes rodoviários. 

Poeiras 

As poeiras, tais como as causadas pelo desgaste dos pneus, podem afectar as 
funções respiratórias e provocar alergias. 

Ruído 

Na região europeia, cerca de 450 milhões de pessoas (63 % da população) estão 
expostas a níveis de ruído passíveis de causar graves incómodos, interferir nas 
conversações e perturbar o sono. O ruído pode ainda afectar a concentração e a 
memória, provocar stress e, indirectamente, ser responsável por doenças 
cardiovasculares. As pessoas que vivem perto de aeroportos e outras infra- 
estruturas de transportes têm grandes probabilidades de ser especialmente 
afectadas. Um estudo recente da Universidade de Londres sobre crianças que 
vivem nas proximidades do aeroporto de Heathrow revelou que as que estão 
expostas a elevados níveis de ruído provocado pelos aviões têm menos 
capacidades de leitura. O estudo concluiu que as crianças que habitam em zonas 
perto de aeroportos ou sob rotas aéreas são formadas num ambiente menos 
propício à aprendizagem. 

2 comentários:

  1. Bem interessante este post, faz com que, todos nós refletimos mais sobre o assunto, que além de prejudicar o meio ambiente, afeta todos nós também.

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  2. blog
    a geo esta comenta...
    interessante ver como a geografia segue por "caminhos" dos mais variados, tratanto os meios de transporte como tema relevante.

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