1. Problemas de saúde em consequência dos transportes
Os acidentes rodoviários são dos mais evidentes efeitos negativos dos
transportes sobre a saúde humana. Embora as mortes nas estradas tenham vindo a
diminuir gradualmente, na União Europeia os acidentes rodoviários ainda são
responsáveis por cerca de 43.000 mortes e mais de três milhões de feridos
anualmente. Uma em cada três pessoas é hospitalizada uma vez na vida em
resultado de um acidente rodoviário. As colisões são a principal causa de
morte e hospitalização entre os indivíduos com menos de 45 anos (fonte:
Conselho Europeu para a Segurança dos Transportes), cabendo-lhe maior
responsabilidade na redução da esperança de vida do que às doenças cardíacas e
ao cancro. Estima-se que os acidentes rodoviários custam à sociedade mais de
160.000 milhões de euros por ano, o que corresponde a 2% do PIB comunitário. É,
de facto, um preço enorme a pagar, quando existem soluções com uma boa relação
de custo-eficácia e passíveis de serem aceites pela generalidade da população.
Uma melhor gestão dos limites de velocidade, com uma redução da velocidade
média em 5 km/hora, poderia evitar mais de 11.000 mortos e 180.000 feridos
todos os anos dentro do espaço comunitário. Se o índice de utilização do cinto
de segurança aumentasse para os melhores níveis internacionais, poupar-se-iam
anualmente 7000 vidas nos Estados-Membros. Medidas concretas relativas à
protecção em caso de impacto lateral e ao consumo de álcool poderiam igualmente
contribuir para minorar o problema. Contudo, os acidentes rodoviários não são,
de longe, as únicas consequências negativas dos transportes na saúde humana. Na
caixa de texto seguinte são apresentadas outras consequências menos evidentes.
Inactividade física
De acordo com o relatório "The Global Burden of Disease", da Organização
Mundial de Saúde (OMS), no mundo ocidental a inactividade física é o segundo
maior factor de risco para a saúde, logo a seguir ao consumo de tabaco. Apenas
meia hora de exercício físico por dia (por exemplo, andar a pé ou de bicicleta)
conduziria a um decréscimo de 50% dos riscos de se contrair uma doença
cardíaca, diabetes e obesidade.
Emissões gasosas
As emissões gasosas podem afectar as funções respiratórias e provocar outros
problemas de saúde e doenças como o cancro ou problemas cardiovasculares. Eis
alguns exemplos bem conhecidos de emissões gasosas:
· partículas de diesel (que provocam cancro nos animais e seres humanos)
· benzeno (poderá ser o agente responsável pela leucemia infantil)
· ozono (pode provocar uma redução das funções respiratórias e causar alergias)
· NOx,
As emissões provenientes de veículos novos são até 95% inferiores às dos
veículos anteriores a 1970. No entanto, embora os veículos se tenham tornado
relativamente menos poluentes, a situação não se alterou em termos absolutos,
pois não só o número de veículos aumentou, como também o número e a duração das
deslocações. Num estudo recente descobriu-se que a poluição do ar causa uma
taxa de mortalidade mais elevada do que os acidentes rodoviários.
Neste estudo, realizado na Áustria, França e Suíça, afirma-se que 40.000 mortes
anuais são atribuíveis à poluição do ar (6% da mortalidade total). Cerca de 50%
de todas as mortes causadas pela poluição do ar podem ser atribuídas aos
veículos motorizados, o que nestes países corresponde a duas vezes o número de
mortes resultantes de acidentes rodoviários.
Poeiras
As poeiras, tais como as causadas pelo desgaste dos pneus, podem afectar as
funções respiratórias e provocar alergias.
Ruído
Na região europeia, cerca de 450 milhões de pessoas (63 % da população) estão
expostas a níveis de ruído passíveis de causar graves incómodos, interferir nas
conversações e perturbar o sono. O ruído pode ainda afectar a concentração e a
memória, provocar stress e, indirectamente, ser responsável por doenças
cardiovasculares. As pessoas que vivem perto de aeroportos e outras infra-
estruturas de transportes têm grandes probabilidades de ser especialmente
afectadas. Um estudo recente da Universidade de Londres sobre crianças que
vivem nas proximidades do aeroporto de Heathrow revelou que as que estão
expostas a elevados níveis de ruído provocado pelos aviões têm menos
capacidades de leitura. O estudo concluiu que as crianças que habitam em zonas
perto de aeroportos ou sob rotas aéreas são formadas num ambiente menos
propício à aprendizagem.
Bem interessante este post, faz com que, todos nós refletimos mais sobre o assunto, que além de prejudicar o meio ambiente, afeta todos nós também.
ResponderExcluirblog
ResponderExcluira geo esta comenta...
interessante ver como a geografia segue por "caminhos" dos mais variados, tratanto os meios de transporte como tema relevante.